Um pouco de política

Estou bem preocupada com a reação de algumas pessoas conhecidas, que apoiaram incondicionalmente a Marina Silva, e que agora repudiam, com todas as forças, a candidata Dilma Roussef.

Temos aqui em São Paulo, talvez de uma maneira mais marcante que em outras cidades, uma necessidade muito forte de segregação, onde a classe média, que se coloca em um patamar elitizado em relação ao “povão”, faz questão absoluta de ir contra o favorecimento dessa classe.

Até onde eu me lembre, não eram esses os princípios da Marina Silva, que também veio de uma classe social desprivilegiada, e que, certamente, tem muito mais em comum com os princípios do PT do que com o PSDB, não faz sentido isso?

Estou falando de desenvolvimento sustentável, político, sim, por que não? Onde alguns princípios éticos e morais são fundamentais para que todo o conjunto funcione e onde esse ódio, direcionado ao PT, pelo simples fato do partido atingir diretamente a massa, incomoda demasiadamente a suposta elite paulistana.

Preconceito incondicional. Esse sentimento está enraizado na gente, aprendemos desde cedo que somos superiores ao povo, como se não fizéssemos igualmente parte de um sistema deteriorado e capenga. A verdade é que temos a inexplicável necessidade de nos diferenciarmos da massa, só que direcionar esse sentimento de desdém contra um partido e a favor de outro, que caminha em oposição a tudo aquilo de positivo que foi disseminado na campanha da Marina, não faz nenhum sentido para mim.

Pensem com um pouco mais de discernimento antes de vestir a camisa contra, pois de repente ir contra, pelo simples fato de seguir um instinto de repúdio, pode ser uma atitude totalmente incoerente para aqueles que supostamente entenderam a mensagem inovadora de uma candidata que assumiu, pela primeira vez, princípios sustentáveis em uma atuação política.