Fachadas, como defini-las?

 

Basta passear pelas cidades e condomínios por aí para perceber que pouca (ou mesmo nenhuma) importância é dada às fachadas residenciais. Claro que, para início de conversa, essa deveria ser uma tarefa do profissional arquiteto, capacitado para avaliar todas as questões que envolvem essa escolha, mas obviamente que a maioria dos edifícios não contaram com tais critérios e o preço para os usuários e também para a cidade, costumam ser muito altos e até irreversíveis!

Estudos preliminares

Tudo começa na fase inicial do projeto arquitetônico, onde o local da implantação precisa ser cuidadosamente analisado em relação a diversos fatores, como iluminação e ventilação, os principais, no caso. Problemas de sombreamentos, muito comuns nas grandes cidades, também podem ser minimizados ou mesmo evitados nessa fase, levando-se em conta a mais adequada orientação do edifício em relação ao entorno. Os materiais adotados também desempenham importante papel nas fachadas, um ótimo exemplo são brises (confira post sobre), infelizmente, pouco implantados por aqui. E não poderia deixar de comentar sobre os muros ou paredes verdes, opções incríveis para fachadas, inclusive com vantagens de conforto termoacústico, confira mais aqui.

Conceitos gerais

No fim das contas, o que todos esperam de uma residência é que ela seja aconchegante nos dias frios e fresca nos quentes, não é mesmo? E um bom projeto oferece essas condições através das escolhas corretas, evitando-se ao máximo o uso de métodos artificiais, como ar condicionado e aquecedor, por exemplo. No hemisfério sul, nosso caso, levamos em conta alguns princípios básicos, como evitar a orientação sul para os cômodos de maior permanência, já que recebem menor incidência solar no inverno, quando mais precisamos dela. Claro que essa regra se intensifica nas regiões mais ao sul, já que nas regiões ao norte o sol é presente durante todo o ano, mas, em geral, faz todo o sentido.

E é por essas e outras razões que não devemos tentar replicar, tanto uma fachada como qualquer outro elemento arquitetônico, em outros locais, pois essas escolhas não são meramente estéticas e envolvem diversos fatores fundamentais para o melhor desempenho da edificação. Escolhas erradas podem acabar com o bem estar dos usuários e comprometer o desempenho de todo o ambiente interno de um edifício, portanto, esqueça aquela ideia genial de copiar a fachada da casa da revista sem antes consultar um arquiteto, ele certamente saberá adequar o seu gosto pessoal ao que for mais indicado ao seu projeto.