Crise da água em São Paulo

 

reservatório hídrico visivelmente bem abaixo do normal | imagem: irrigazine

 

E você paulistano? Já tem seu plano B para quando a água em São Paulo acabar?
Pois é, aquela ameaça, antes tão distante, já está se tornando mais presente e em breve não teremos mais água em nossos mananciais (e em nossas torneiras).

Segundo Pedro Luiz Côrtes, geólogo e pesquisador da USP (Universidade de São Paulo) na área de meio ambiente e sustentabilidade, os sistemas Cantareira e Alto Tietê, que abastecem a região metropolitana de São Paulo, entrarão em colapso até o meio do ano.

E a equação é bem simples de se entender, não teremos chuvas suficientes para repor toda essa água, isso levará de 5 a 7 anos e mesmo quando isso acontecer, a situação ainda será crítica por conta do aumento do consumo, que acompanha o crescimento populacional.

Resumindo, não adianta contar com as chuvas, nem se um novo dilúvio, por ordem divina, acontecesse, o problema seria solucionado, pois o Cantareira não encherá tão cedo.
E, além de não termos previsões de chuvas torrenciais naquela região, o consumo de água só cresce, já que nenhuma medida de racionamento foi tomada há tempos atrás pelo nosso excelentíssimo senhor governador Geraldo Alckmin.

Impactos sociais

Segundo uma das maiores especialistas do tema, a ambientalista Marussia Whately, dirigente do projeto Água São Paulo, do Instituto Socioambiental (ISA), e uma das principais protagonistas da Aliança pela Água, existe alguns efeitos sociais que ainda não foram dimensionados.

Por exemplo: “Uma creche que não abre porque não tem água gera um efeito cascata. Se as crianças não podem ir para a creche, a mãe tem de faltar no emprego”.

Tomemos o caso de uma diarista. Quantos dias ela poderá faltar no emprego? Será que ela vai poder levar os filhos ao emprego? E isso impacta a vida da patroa dela também. Assim, começa um efeito de instabilidade grande na sociedade.

E há a situação crítica das populações mais sensíveis, que precisam ser levadas em consideração. Sabe-se que a população da terceira idade, mais de 60 anos, e as crianças até 7 anos têm uma vulnerabilidade maior à desidratação. E há ainda os acamados, com deficiência de mobilidade e idosos, aos quais é preciso garantir o suprimento básico de água no próprio domicílio. Em suma, há uma série de desdobramentos éticos envolvida na gestão da crise.

O que irá acontecer?

Talvez aqueles assustadores cenários de êxodo nem venham a se concretizar de fato, mas certamente teremos impactos incalculáveis nos setores que dependem diretamente do abastecimento da SABESP.
Isso sem falar no dia a dia dos moradores da Grande São Paulo.
Dias sem água? Baldes cheios espalhados pela casa? Louças por lavar na pia?
Só o tempo dirá, vamos aguardar.