“Homenagear em vida arquitetos cujo trabalho demonstrou uma combinação de talento, visão e comprometimento e que produziram significantes e consistentes contribuições à humanidade e ao meio ambiente, através da arte da arquitetura”.
O chileno Alejandro Aravena, de 48 anos, venceu o Pritzker Prize (ou Prêmio Pritzker por aqui), considerado Nobel da Arquitetura. A premiação, que existe desde 1979 e busca reconhecer os maiores arquitetos vivos. O prêmio é mantido pela família Pritzker e a Hyatt Foundation e o vencedor recebe US$100 mil além de um medalhão de bronze.
Na cerimônia, Tom Pritzker, empresário, filantropo e representante do prêmio, reconheceu a importância do trabalho social de Aravena:
“O seu trabalho dá a oportunidade econômica para os menos privilegiados, mitiga os efeitos de desastres naturais, reduz o consumo de energia e provê um bem-vindo espaço público. Inovador e inspirador, ele mostra como a arquitetura pode melhorar a vida das pessoas”.
Aravena ganhou notoriedade principalmente na última década, com seu escritório Elemental, ao inovar em projetos de baixo custo de habitação social e participando ativamente de discussões sobre políticas públicas habitacionais. O arquiteto é conhecido por desenvolver trabalhos que conseguem unir escala a necessidades locais.
Exemplo disso aconteceu em 2004, quando ele deveria criar um projeto de habitação para 100 famílias realocadas. Sem verba o suficiente para a empreitada, o chileno construiu blocos de concreto, com cozinha, banheiro e um telhado, permitindo que as famílias completassem o resto a partir das suas próprias necessidades e identidades. Se não havia dinheiro para construir uma casa boa para todos, por que não construir meia casa boa para todos e deixar que eles finalizassem por conta própria?”, disse o arquiteto ao jornal britânico The Guardian. A ideia deu tão certo que o valor das casas chegou a quintuplicar e ele se envolveu na construção de mais 2.500 moradias populares no Chile e no México.
É a terceira vez que um sul-americano vence um Pritzker. Os outros dois foram os brasileiros Oscar Niemeyer (em 1988) e Paulo Mendes da Rocha (em 2006), cujos trabalhos já levantavam discussões sobre o papel social da arquitetura.
A vitória de Aravena parece intensificar o debate sobre o papel social e transformador da arquitetura e esperamos que chame a atenção para toda desigualdade social nessa área que deveria ser prioritária!
Confira mais notícias sobre o Prêmio Pritzker e sobre outro projeto do escritório Elemental, o Parque Bicentenário da Infância.
Fonte: NEXO