Dia do Arquiteto

Antes comemorado no dia 11/12, o Dia do Arquiteto e Urbanista passou oficialmente a ser no dia 15/12, data de nascimento de Oscar Niemeyer.

Mas não sei se temos muito a comemorar, já que, culturalmente falando, nossa profissão não é devidamente valorizada aqui no país. Aliás, como a maioria das profissões que envolvem serviços e não um bem palpável, o brasileiro, de um modo geral, não costuma reconhecer, como deveria, o trabalho alheio.

Que arquiteto nunca ouviu aquele conhecido pedir um “projetinho” ou um desenho no guardanapo de papel? Ou só uma ideia ou dicas para melhorar um determinado espaço? “Mas é só um esboço” alguém diz. Alguns também chamam de rabisco, dá pra acreditar? E por aí vai…

Acontece geralmente assim, o cliente quer reformar um apartamento ou casa, muitas vezes já gastou bastante na compra do imóvel e está com a verba curta, beleza, até aí entendemos. A parte constrangedora é quando ele acha um absurdo o valor do seu projeto arquitetônico (esse é o nome certinho) para adequar da melhor forma possível aquela casa ou apê, mas não se importa em gastar cinco vezes mais em mobiliários de design e outros materiais de acabamento.

O que eu quero dizer mais uma vez é que o trabalho, seja ele intelectual ou mesmo braçal, nunca é valorizado da mesma forma que um bem material e tem um vídeo do ator Pedro Cardoso, que ilustra muito bem essa situação. Ele fala do pedreiro e do pintor, mas o conceito pode ser aplicado a qualquer ofício onde o serviço e todo o conhecimento agregado é vendido, confira:

 

 

E por que um projeto arquitetônico é importante?

Além de possibilitar o planejamento detalhado de uma determinada intervenção, seja ela de pequeno ou grande porte, o projeto de arquitetura minimiza desperdícios de materiais, prevê riscos reais e, principalmente, pensa no lado humano da coisa, já que é voltado a proporcionar o bem estar às pessoas que farão uso daquele espaço.

O arquiteto também tem o conhecimento estético para compor os ambientes internos e externos e o prático para que tudo seja viável financeiramente. Temos que ter sensibilidade e jogo de cintura para entender e respeitar as expectativas de cada cliente e disponibilidade para atendê-los muitas vezes em horários alternativos.

E todo esse desabafo foi a forma que encontrei para dizer: valorize o arquiteto e o trabalho que ele se propor a fazer, costumamos agregar muito amor nele, acredite.