Mudanças radicais no trânsito

Aqui em São Paulo, estamos passando por mudanças importantíssimas e inéditas na área da mobilidade urbana e exemplos como esse, da cidade de Poynton, na Inglaterra, são sempre inspiradores.

Claro que não tem como comparar as duas realidades, a começar que Poynton tem 15 mil habitantes e está muito longe de ser uma metrópole, mas, assim como São Paulo, enfrentou problemas muito sérios entre pedestres e o tráfego de veículos.

O antes e depois

A cidade de Poynton passou por mudanças radicais em 2011, época que recebia em seu centro urbano, cerca de 26 mil veículos por dia, muito deles pesados, como caminhões articulados, que dividiam espaço com pedestres e ciclistas.

 

fountain place, centro de poynton, antes da intervenção | imagem: gmcc

E sabe qual foi a medida tomada? Tirar o controle de tráfego da sinalização e confiá-lo às pessoas!
Isso mesmo, segundo os responsáveis pelo projeto, abolir os semáforos e as calçadas naquela área central com tráfego caótico, fez com que elas prestassem mais atenção e se respeitassem mais.

 

fountain place, centro de poynton, após a intervenção | imagem: gmcc

O modelo tradicional de ruas retas formando esquinas também foi substituído por curvas sinuosas, diferentes uma das outras, possibilitando mais alternativas de travessias para os pedestres e oferecendo a todos muito mais segurança.

 

vista aérea do centro de poynton após a intervenção | imagem: juneeelliott

O resultado foi que os motoristas passaram a dirigir mais devagar e os pedestres encontraram menos obstáculos, o que é especialmente útil para deficientes visuais, físicos e ciclistas.
A sinalização dos espaços para transitar foi toda feita no chão, usando diferentes tons e texturas.

Os resultados

Quer ver como a situação ficou na prática após todas as mudanças?
Então confira o vídeo a seguir (com legendas apenas em inglês) que conta um pouquinho da história da cidade antes, com todos os seus problemas e depois, com grande parte da população usufruindo do meio urbano com muito mais autonomia e respeito.

Aliás, respeito é um dos ingredientes fundamentais para que as pessoas, em seus diferentes meios de locomoção, possam dividir e desfrutar do mesmo espaço urbano com o mínimo de autonomia e segurança necessários.

Será que podemos sonhar com um cenário desse para uma cidade como São Paulo?
Quem sabe as futuras gerações já não estarão preparadas para um convívio mais humanizado, não é mesmo?

Fonte: Arch Daily e Urban Movement