Mais bike e menos carros

Que em alguns países a cultura da bike já está absorvida pela população, todo mundo já sabe, mas é sempre válido mostrar algumas conquistas alheias, que nos sirvam de inspiração de alguma forma.

Em Copenhague, pela primeira vez o número de bicicletas ultrapassou o de carros e não é à toa que a cidade dinamarquesa lidera o ranking de Cidades Amigas da Bicicleta, apresentado desde 2011 por uma empresa que presta consultoria às administrações públicas sobre mobilidade urbana.

 

trânsito de bikes em copenhague | imagem: copenhagenize

No último ranking divulgado, as cidades mais “bike friendly” do mundo foram:

  1. Copenhague, Dinamarca;
  2. Amsterdã, Holanda;
  3. Utrecht, Holanda;
  4. Estrasburgo, França;
  5. Eindhoven, Holanda;
  6. Malmo, Suécia;
  7. Nantes, França;
  8. Bordeaux, França;
  9. Antuérpia, Bélgica;
  10. Sevilha, Espanha.

 

crianças sendo transportadas de bicicleta em amsterdã | imagem: copenhagenize

A disputa acirrada fica mesmo entre Copenhague e Amsterdã, que sempre lideraram a lista, mas obviamente que as conquistas em mobilidade urbana dessas cidades foram frutos de muito investimento em políticas públicas voltadas à bicicleta. Mesmo com histórico forte em cultura da bike, Copenhague tem feito investimentos significativos para promover o ciclismo urbano nos últimos anos, que fez com que as pessoas fossem perdendo de vez o interesse pelos carros.

Enquanto isso, por aqui…

Sinceramente, até a última gestão da cidade de São Paulo, eu nutria grandes esperanças no avanço do transporte cicloviário, mas vivemos hoje um retrocesso tão grande quanto às questões de mobilidade urbana, quem nem sei mais o que pensar a respeito. Na verdade o que eu não sei mesmo é se vale a pena acreditar que essa cidade e as pessoas que aqui vivem, estariam preparadas e dispostas a mudanças desse tipo. Definitivamente, não. Mudanças como essa implicam em mexer na rotina de milhares de motoristas que não saberiam abrir mão de um espaço que sempre foi dos carros e o individualismo é um mal difícil de se curar, está culturalmente enraizado e acaba impedindo avanços importantes para a cidade como um todo.

Desde o aumento da velocidade nas Marginais Pinheiros e Tietê, até o sumiço de vários trechos de ciclovias, demonstraram o descaso da atual gestão pública com o ciclista, isso sem falar na falta de segurança que os mesmos sofrem diariamente ao aventurar-se em um trânsito caótico e formado em sua maior parte por motoristas ainda muito despreparados e intolerantes com esse lado tão vulnerável do trânsito.

Enfim, só nos resta lutar por esses direitos em busca de avanços significativos no traçado urbano de nossas cidades, em nome de uma sociedade mais humanizada e justa para todas as partes. Seria isso realmente possível ou estamos fadados a viver sempre à sombra de países que há décadas resolveram enfrentar de frente tais problemas?

Confira o que já foi postado no blog sobre as bicicletas.