Bundannoon, cidadezinha com 2.500 habitantes, próxima à Sydney, na Austrália, é provavelmente a primeira cidade do mundo a abolir a venda de qualquer tipo de água engarrafada.
A decisão foi tomada por meio de votação popular e foi assim que todos os estabelecimentos comerciais retiraram do mercado os produtos.
Para suprir a sede da população, vários bebedouros públicos, alguns desenvolvidos especificamente para encher garrafas de água, foram instalados na cidade.
Para compensar as supostas perdas nas vendas, os estabelecimentos comerciais receberam 2.000 camelbaks , que nada mais são que recipientes para armazenar líquidos, em forma de mochila.
Essa iniciativa deveria ser seguida por outros lugares, tanto cidades como também empresas, onde o simples fato de transportar o seu recipiente de água evita que inúmeras embalagens plásticas sejam descartadas no meio ambiente.
Ameaças da água mineral ao meio ambiente
A mais promissora área da indústria de bebidas representa uma ameaça para o meio ambiente e para as mais de um bilhão de pessoas que não têm acesso adequado à água.
Entre 2000 e 2005, a demanda brasileira por água engarrafada cresceu praticamente 80% e o consumo per capita aumentou 68% nesse mesmo período. Nossa situação só não é tão grave como a de outros países porque, em termos de reciclagem, estamos um pouco melhor do que a média.
Por outro lado, sabemos que no Brasil, as garrafas que não seguem para reciclagem quase nunca vão para aterros sanitários, acabam em lixões, terrenos baldios, praias e rios, como é fácil constatar.
O consumidor consciente pode ajudar a resolver o problema simplesmente instalando um filtro em sua casa e deixando de lado a água mineral. Assim, ele vai reduzir a pressão exploratória sobre as nascentes de água, economizar a energia que é gasta no processamento e no transporte da água engarrafada, e diminuir a demanda por garrafas PET.
A sociedade, o meio ambiente e o seu bolso agradecem, já que a água mineral custa entre 20 e 10 mil vezes mais do que a água corrente da torneira.