Estive ontem na palestra “Em busca de uma arquitetura sustentável para o planeta”, com o arquiteto japonês Mitsuru Senda.
O evento aconteceu no auditório da FAU-USP e também contou com a participação do grande arquiteto e urbanista Ruy Ohtake.
Man Senda, como também é conhecido no Japão, é professor da “The Open University of Japan”, desenvolve projetos de espaços públicos e tem um carinho especial pelos parques infantis.
Adotou a palavra instituto ao invés de escritório de arquitetura, por acreditar que o projeto tem que acontecer de dentro para fora e que, para funcionar, precisa da participação de diversas áreas de atuação.
Ele apresentou o estatuto para a arquitetura global, que tem como meta constribuir para o design ambiental do planeta e é composto pelos seguintes itens:
- Longevidade: toda arquitetura precisa durar;
- Simbiose natural: convivência e minimização dos impactos com a natureza;
- Eficiência energética: minimização da energia ao longo da vida útil do edifício;
- Conservação de recursos – ciclos: uso de elementos e materiais renováveis e recicláveis;
- Sucessão: transmissão às futuras gerações da arquitetura como um patrimônio da cidade.
Assim como temos o Processo AQUA no Brasil, o LEED, nos EUA e a Dérmache HQE na França, o Japão se baseia nos critério da CASBEE para certificação sustentável de seus edifícios.
Confira alguns dos projetos do Arq. Mitsuru Senda:
A participaçã do Arq. Ruy Ohtake foi interessantíssima, pois ele abordou os desafios da sustentabilidade brasileira em relação a uma realidade social oposta a do Japão.
Ele também apresentou o seu projeto para o Centro de Convivência Educativo e Cultural Heliópolis, na cidade de São Paulo.
O projeto, doado pelo arquiteto, engloba na primeira fase a construção de três Centros de Educação Infantil (CEIs) com 789 m² cada, dois pavimentos, 5 salas de atividades, 2 berçários e uma sala multiuso, totalizando 8 salas e a reforma do Centro Cultural, onde serão implantados, em uma área de 1.485 m²: cinema, salas de exposições, reuniões, palestras, foto e de vídeo, TV comunitária, e cursos profissionalizantes.
Confira alguma imagens do projeto:
O desenvolvimento do projeto contou com a participação direta da comunidade em todas as decisões, desde a escolha das cores até a gestão dos serviços.
A cidade de São Paulo tem 25% de suas habitações em condições precárias e a solução para esse problema não é apenas construir moradias populares e sim fazer com que essa população divida a responsabilidade do uso e conservação da sua comunidade.