Palestra sobre arquitetura sustentável

Estive ontem na palestra “Em busca de uma arquitetura sustentável para o planeta”, com o arquiteto japonês Mitsuru Senda.

O evento aconteceu no auditório da FAU-USP e também contou com a participação do grande arquiteto e urbanista Ruy Ohtake.

Man Senda, como também é conhecido no Japão, é professor  da “The Open University of Japan”, desenvolve projetos de espaços públicos e tem um carinho especial pelos parques infantis.

Adotou a palavra instituto ao invés de escritório de arquitetura, por acreditar que o projeto tem que acontecer de dentro para fora e que, para funcionar, precisa da participação de diversas áreas de atuação.

Ele apresentou o estatuto para a arquitetura global, que tem como meta constribuir para o design ambiental do planeta e é composto pelos seguintes itens:

  1. Longevidade: toda arquitetura precisa durar;
  2. Simbiose natural: convivência e minimização dos impactos com a natureza;
  3. Eficiência energética: minimização da energia ao longo da vida útil do edifício;
  4. Conservação de recursos – ciclos: uso de elementos e materiais renováveis e recicláveis;
  5. Sucessão: transmissão às futuras gerações da arquitetura como um patrimônio da cidade.

Assim como temos o Processo AQUA no Brasil, o LEED, nos EUA e a Dérmache HQE na França, o Japão se baseia nos critério da CASBEE para certificação sustentável de seus edifícios.

Confira alguns dos projetos do Arq. Mitsuru Senda:

vista aérea do qi zhong tennis center, em xangai
vista externa do qi zhong tennis center, em xangai
vista externa do tokyo tatsumi international swimming center
vista aérea do foshan pearl gymnasium, na china

A participaçã do Arq. Ruy Ohtake foi interessantíssima, pois ele abordou os desafios da sustentabilidade brasileira em relação a uma realidade social oposta a do Japão.

Ele também apresentou o seu projeto para o Centro de Convivência Educativo e Cultural Heliópolis, na cidade de São Paulo.

O projeto, doado pelo arquiteto, engloba na primeira fase a construção de três Centros de Educação Infantil (CEIs) com 789 m² cada, dois pavimentos, 5 salas de atividades, 2 berçários e uma sala multiuso, totalizando 8 salas e a reforma do Centro Cultural, onde serão implantados, em uma área de 1.485 m²: cinema, salas de exposições, reuniões, palestras, foto e de vídeo, TV comunitária, e cursos profissionalizantes.

Confira alguma imagens do projeto:

vista externa do centro de convivência | imagem: piniweb
vista externa do centro de convivência | imagem: piniweb
vista externa do centro de convivência | imagem: piniweb

O desenvolvimento do projeto contou com a participação direta da comunidade em todas as decisões, desde a escolha das cores até a gestão dos serviços.

A cidade de São Paulo tem 25% de suas habitações em condições precárias e a solução para esse problema não é apenas construir moradias populares e sim fazer com que essa população divida a responsabilidade do uso e conservação da sua comunidade.